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Pensem menos em futebol

20/06/2006

A mistura de Copa do Mundo e eleições, além da conhecida falta de prioridade à educação, está colocando em risco a aprovação de uma medida (Fundeb) que vai transferir, em quatro anos, R$ 4 bilhões de verbas federais para o ensino básico. Pode não ser muito, mas é o que se conseguiu depois de demoradas negociações. O pior nem é isso.O pior é que está para expirar a validade do sistema de financiamento do ensino fundamental (Fundef), e, se o novo mecanismo não for aprovado, entraremos num buraco jurídico, no qual quem será dragado é o ensino. Há meses está se alertando para esse risco (inclusive neste espaço) e pouco, ou quase nada, tem se avançado, apesar da gravidade do assunto. Dizem até que o tema não anda por questões eleitoreiras: não gostariam de dar essa conquista para Lula.O fato, porém, é o seguinte: o Congresso está montando uma armadilha para o país numa questão tão estratégica como educação. É necessário, portanto, que os políticos pensem um pouco menos em futebol e em eleições para evitar essa armadilha.

Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.

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