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Política e Civismo

Existe uma moda em se dizer que não se gosta de política, justamente porquê esta palavra vem sendo associada a comportamentos imorais e que as pessoas,de maneira geral, abominam.

Além de tal pensamento ser um equívoco, não é possível alguém ficar fora ou imune a política vivendo em nosso meio social. E arrisco dizer que, falando de política verdadeira, é difícil uma pessoa que realmente a abomine, como frequentemente se ouve de grande parte das pessoas.

Na Grécia antiga as cidades como Atenas, Esparta, Corinto, Tróia, Mileto entre outras, eram independentes e por isso eram chamadas "polis" que significa cidades-estado. A palavra "política" refere-se a algo que se faz relacionado à "polis", ou seja, algo que se faz para a cidade ou ainda para a comunidade.

Nesta época, todos os cidadãos se dirigiam até a "ágora" (um tipo de praça central da cidade), discutir e decidir tudo o que era necessário para a cidade. Este sistema era conhecido como democracia (hoje chamado de democracia direta), onde o povo faz a política apresentando ideias, convencendo outras pessoas e decidindo o que será feito para a cidade ou pela comunidade.

A política é a ciência ou arte utilizada para dirigir um grupo de pessoas, uma comunidade ou Estado. Na execução da política, busca-se o poder, com intuito de colocar em prática idéias e ideais defendidos. A realização da política em sí, está diretamente ligada a arte do convencimento, seja ele obtido de qualquer forma. Em qualquer discussão, sobre qualquer assunto, quem tenta transmitir uma informação com intuito de convencer outras pessoas de que sua idéia deve ser acatada, está exercitando um ato político neste momento.

Existem muitas maneiras de se convencer alguém a acatar a idéia de um grupo. Pode ser atravéz da comunicação verbal, escrita, da expressão artística, das trocas e dos conchavos e até mesmo da repressão, da imposição do medo ou do uso da violência.

São inúmeras as formas de se fazer política, ou seja, de se alcançar o poder. Estas podem estar dentro ou fora de um conjunto de regras políticas definidas por um segmento social, pelas leis de um Estado ou pelos costumes de um povo. Normalmente quando alguém, por motivos particulares, se omite ou se abstém ao debate exaustivo de idéias para o convencimento, dá-se espaço para outras práticas menos morais ou respeitosas de convencimento, como barganhas e espaço para participação do poder. Essa abstenção é nociva a política sadia e normalmente se dá por interesses particulares ou, realmente, por medo de ser convencido, ou seja, politicamente vencido.

A política é uma ciência humana. Lida diretamente com a retórica que inclui em suas bases a lógica. Na elaboração de retóricas políticas a serem disseminadas para o convencimento ou na interpretação destas por parte do receptor, é importante o conhecimento lógico aprofundado para facilitar a identificação de falácias ou sofismas possivelmente presentes.

Participar da política, estudar, conhecer e discutir ideologia política é atitude civilizada e deve ser fomentada. A idéia de que politica não se discute é perniciosa e deve ser rechaçada. A política deve ser discutida por todos, incluindo as minorias de todas as raças, crenças e camadas sociais.

Cada assunto político deve ser discutido até a exaustão, para que não paire dúvidas de que a idéia mais verdadeira e representativa irá prevalecer. As pessoas que fecham-se e não estão dispostas a ouvir, aprender ou a ser convencidas, refletem na verdade o medo descabido da derrota política. São as pessoas que acreditam "saber tudo" sobre aquele assunto e acreditam ter "opinião formada". Na realidade, deixam de ser dinâmicas para serem estáticas.  A política sadia existe para que se convença e que se deixe ser convencido.

Política é uma atividade nobre e deve ser exercida, principalmente, pelas pessoas que se consideram de boa fé. Todas as pessoas devem escolher seus ideais, participar, votar e guiar seus próprios rumos. A exclusão ou a alienação política, a ausência das pessoas comuns, de bem, nas discussões e nos meios políticos, contribui para a existência e proliferação das práticas políticas de trocas, de favores e de interesses minoritários, em detrimento da discussão e da prática sadia, e da defesa dos interesses plurais.


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Manchetes tendenciosas

Que a imprensa Brasileira é simpática aos políticos tidos como "centro-direita" é de conhecimento de qualquer cidadão que acompanha o cotidiano político do país. Mas tem alguns meios de comunicação já passaram do ridículo. A revista Veja e o jornal Folha de São Paulo, ambos do Grupo Abril, dão sinais claros de panfletagem barata capazes de jogarem "areia" nos olhos apenas de seus leitores mais alienados. Coisas como as que vejo hoje, cancei de denunciar ao Ombudsman do jornaleco (Marcelo Beraba, jornalista respeitadíssimo), que já deve estar cansado assim como eu. Em algumas oportunidades, o editorial do jornal faz seu `mea culpa´, mas no minuto seguinte está postando outro lixo digno de tablóides marrons. No exemplo de hoje, (apartir de agora vou denunciar aqui neste Blog), o jornaleco posta a seguinte manchete: "Serra venceria Lula, mas diferença está dentro da margem de erro" O Link para conferir é: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u74067.